Com a chegada da Páscoa, os diversos campeonatos dos escalões jovens sofrem uma paragem, sendo que o Varzim, tradicionalmente, aproveita este período para participar em torneios a convite de outros clubes.
A equipa de Iniciados B, porém, é a única que, este fim-de-semana, continua em competição, contando com uma deslocação a Padrão da Légua.
O confronto com o Padroense, agendado para as 10 horas desta sexta-feira, marca o início da segunda volta da 2.ª fase do campeonato da 2.ª divisão distrital. O site oficial do Varzim esteve à conversa com o treinador Ricardo Baptista.
– O Varzim terminou a 1.ª volta com apenas 1 vitória e 1 empate. Estavas à espera que corresse melhor?
Falando em termos de resultados, estaria a mentir se dissesse que não. Então, depois de termos iniciado esta 2.ª volta com 1 vitória, esta sequência de jogos sem vencer deixa todo o grupo algo triste, mas sempre com o sentimento de que tudo fizemos em todos eles para conseguirmos os 3 pontos.
– Quais as maiores dificuldades com que o Varzim se deparou nesta 1.ª volta?
A maior dificuldade que se tem verificado em grande parte dos encontros, é a vertente física. Ninguém tem dúvidas de que neste escalão 1 ano de diferença é bastante notório, mesmo equipas supostamente de sub 14, como nós, estão a recorrer a atletas do plantel de sub 15. Este principal factor, aliado à qualidade que reconheço aos adversários, tem tornado este campeonato bastante complicado para este grupo fantástico de atletas. A vertente física que envolve o jogo de futebol pode-se tornar um factor bastante relevante no desenrolar dos encontros. Contudo cabe-nos a nós, procurar alternativas para combater este tipo de jogo que em nada nos beneficia.
– Por outro lado, existe o aspecto positivo de os jogadores se superarem, perante essa adversidade de jogarem contra uma equipa mais velha?
Sem dúvida! Não achamos que, em Formação, o mais importante seja a procura da vitória a “todo o custo”, foi este o plantel de sub 14 definido no início do ano e é com este grupo fantástico que tenho o prazer de vir a trabalhar durante estes 8 meses. Confiamos plenamente em todos os atletas e para eles têm sido sem dúvida uma luta bastante difícil esta fase, tendo em conta tudo o que foi falado. No entanto, temos a certeza de que, em termos de evolução, se torna positivo e num futuro serão melhores jogadores individualmente quer como equipa, depois de passarem por este campeonato.
– Havendo a possibilidade de jogar com atletas mais velhos, consideras importante fazer esta caminhada sempre com a mesma equipa para que eles também tirem dividendos do sucesso que tiveram na 1.ª fase?
Se estamos a disputar esta 2ª fase é, apenas e só, mérito deste grupo fantástico de atletas que tudo fez para sermos campeões de série e conseguirmos estar a disputar esta 2ª fase de subida de divisão. Optar por reforçar esta equipa com atletas do plantel de sub 15 na minha opinião está fora de questão, o grande objectivo estabelecido para esta equipa de sub14 era o de evoluírem individualmente e colectivamente, para o ano como todos esperamos que sim, disputarem o campeonato nacional de iniciados. No meu ponto de vista, isso está a ser conseguido e isso é o mais importante nesta idade. Como referi anteriormente, em formação não nos devemos preocupar em ganhar a todo a custo mas sim em nos mantermos fiéis aos nossos princípios!
– Consideras mais importante, então, que um clube, nos escalões jovens, se mantenha fiel aos princípios da Formação do que viver preocupado com o sucesso desportivo?
Cada equipa tem os seus princípios e quem sou eu para criticar quem quer que seja. Agora, como disse anteriormente, a evolução da equipa e o espírito de grupo conseguido durante toda a época não merece ser colocado em causa pelo pensamento apenas e só de ganhar sem nos preocuparmos com a formação dos nossos jovens. Enquanto treinador e liderando este grupo que tem vindo a trabalhar de forma brilhante durante toda esta época, não sinto que seja formar, o chamar atletas mais velhos para o lugar deles só para reforçar a equipa e procurar ganhar o jogo. Não me identifico com isso e o clube também não, sem dúvidas que a política utilizada pelo nosso clube é a mais correcta!
– A recente chamada de dois atletas teus à Selecção Distrital Sub-14 vem provar que o teu trabalho está a dar frutos. Como viste a convocatória destes dois atletas e como passaste a mensagem para o grupo?
Qualquer treinador gosta de ver o trabalho dos seus atletas reconhecido! Na minha opinião, outros mais mereciam estar na selecção distrital, mas sabemos que não podem ser todos chamados. O grupo tem de ver estas chamadas regulares dos colegas como incentivo para eles lutarem também por esse objectivo pessoal.
– O que é que os adeptos podem esperar dos nossos Sub-14 até ao final de época?
Podem esperar mais do mesmo do que este grupo tem vindo a fazer durante toda esta época. Darem tudo em campo pelo nosso clube, pela camisola e o símbolo que trazem ao peito e pela cidade que representam. Quem segue de perto esta equipa sabe bem que isso é feito diariamente e todos os fins-de-semana sem excepção, esse é o maior reconhecimento que lhes podem fazer e eles sabem disso!
